É provável que muitos torcedores franceses acompanhem a Copa do Mundo deste ano no Catar, pois seu time, vencedor há quatro anos na Rússia, luta para defender seu título, mas não o fará com outros torcedores em alguns dos principais espaços públicos das cidades da França.


Notavelmente, Paris diz que não organizará fan zones para a Copa do Mundo da Fifa no Catar, citando questões sociais e ambientais.
“[Nossas razões são] em primeiro lugar, por causa das condições ambientais e sociais relacionadas ao evento e este não é o modelo que desejamos promover para grandes eventos em Paris”, disse Pierre Rabadan, vice-prefeito de esporte de Paris, na terça-feira (4).


No entanto, a cidade deixou claro que não é um boicote ao evento em si, nem ao regime do Catar.


“Isso não significa que estamos pedindo um boicote ao evento”, acrescentou Rabadan.


No entanto, alguns acusaram a cidade de hipocrisia, já que seu principal time esportivo, o Paris Saint-Germain (PSG), é de propriedade de uma empresa do Catar intimamente ligada ao seu estado e tem um presidente do Catar – Nasser Al Khelaifi.


“Sabemos o quanto eles [chefes do PSG] trouxeram para o clube do PSG e, portanto, também para a cidade”, acrescentou Rabadan em seu comunicado.


No ano passado, o PSG citou um estudo realizado pelo Centro de Direito e Economia do Esporte, que estimou que o clube da Ligue 1 gerou mais de 182,2 milhões de euros (cerca de R$ 936,84 milhões) para a economia da região ao longo da temporada 2018-2019, assim como ajudou a “manter 2.150 empregos equivalentes em tempo integral”.


“Essas fontes adicionais de renda para Île-de-France são amplamente explicadas pelo poder de atração e influência do clube no cenário internacional”, disse o autor do estudo, Christophe Lepetit.


“As partidas do Paris Saint-Germain no Parc des Princes tornaram-se um evento imperdível para muitos visitantes estrangeiros.”
Paris se junta a Estrasburgo, Lille, Rodez, Bordeaux, Nancy e Reims no compromisso de não organizar exibições públicas.
“Repito que este não é o julgamento do Catar, estamos questionando o modelo deste evento”, insistiu Rabadan.


Desde que o Catar venceu a candidatura para sediar a Copa do Mundo em 2010, mais de 6.500 trabalhadores migrantes morreram no país, informou o The Guardian anteriormente.


A maioria dos trabalhadores, alegaram os autores, estava envolvido em trabalho perigoso e de baixa remuneração, muitas vezes feito em calor extremo.


O relatório do Guardian não vinculou definitivamente todas as 6.500 mortes aos projetos de infraestrutura da Copa do Mundo, embora um especialista tenha dito ao jornal britânico que “provavelmente muitos trabalhadores que morreram foram empregados” nesses projetos.
A CNN não verificou de forma independente os números do The Guardian.


Autoridades da Copa do Mundo do Catar estimam um número de mortos muito diferente, dizendo à CNN no ano passado que houve apenas três mortes relacionadas ao trabalho em estádios e 35 mortes não relacionadas ao trabalho.


Hassan Al Thawadi – o homem encarregado de liderar os preparativos do evento – disse a Becky Anderson, da CNN, que o número de 6.500 do The Guardian era “inerentemente enganoso” e carecia de contexto.





TRADIÇÃO, UM NOVO CONCEITO DE RÁDIO!




Por CNN