O autor do remake de sucesso de audiência e de crítica, “Pantanal”, Bruno Luperi, usou suas redes sociais na manhã de terça-feira, 11 de outubro para homenagear o seu avô e responsável para obra original de Zé Leôncio, o grande Benedito Ruy Barbosa.


O neto começou contando sobre a primeira vez que eles “subiram “na canoa, que marcou a novela como a embarcação do Velho Do Rio, interpretado por Osmar Prado, e contou que na verdade, é uma analogia à imaginação:

“Lá se vão trinta e tantos anos – para uns mais, outros menos –, desde que eu, minha irmã, meu irmão e nossos primos embarcamos nesta canoa. No sentido figurado, claro, até porque a canoa, no nosso tempo, era o pé da cama, a beira do sofá ou onde quer que o vô decidisse se encostar. Era ele aportar num canto qualquer que a netaiada encostava do lado. E ele não se fazia de rogado, muito pelo contrário, abria logo espaço e nós embarcávamos nas suas histórias. Nada de bilhete ou destino, tudo ao sabor do acaso, como a vida deve ser.”


Luperi continuou sua homenagem e fez alusão a quando ele começou a ir pelos mesmos rumos do autor. Destemido, ele conta que sente que segue o ‘rio do amor’, e que sabe que se se perder, ele saberá apontar a direção de volta:


“Eu era homem feito quando apeei da canoa do vô, pronto e disposto a navegar à minha maneira pelo rio onde naveguei com ele a minha infância todinha. Rio da vida. Imenso, sem margens. Rio sem fim. Rio do amor. Venho navegando sem medo, tentando encontrar o meu destino. Sem medo porque, caso eu me perca, ele, que conhece tudo dessas águas, saberá apontar a direção.”


Bruno lembrou do momento que viu seus pequenos filhos estreando como atores, no último capítulo de Pantanal, como os netos de José Leôncio, que se tornou o Velho do Rio, e no final, emocionado, agradeceu Benedito por ensinar a sonhar, e o chamou de anjo:


“O vô conversa com as estrelas. Talvez pelo tanto que navegou por entre elas ele tenha descoberto os seus segredos? Não sei… Nem sei se hoje eu quero saber. Só sei que os meus filhos embarcaram na sua canoa. Em ambos os sentidos: literal e figurado.(…)Hoje, compreendo de rios estrelas um pouco mais. Vô, muito obrigado por nos ensinar a sonhar com o impossível. Muito obrigado por provar que canoas tem asas e que, mesmo sem elas, poderiam voar. Isso tem sido de extrema serventia agora que eu e a Lígia estamos construindo a nossa canoa. Não sei se ela terá asas, como a sua, mas espero que, um dia, ela nos sirva.”.




TRADIÇÃO, UM NOVO CONCEITO DE RÁDIO!




Por Ofuxico